Insulfilm: quanto é permitido
No Brasil, o uso de películas automotivas, popularmente conhecidas como \”insulfilm\”, é rigorosamente regulamentado pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), órgão máximo normativo e consultivo do Sistema Nacional de Trânsito. A principal norma que rege a aplicação dessas películas é a Resolução CONTRAN nº 989/2022, que atualizou as regras anteriores e estabeleceu os limites de transmitância luminosa permitidos para cada área envidraçada do veículo. Transmitância luminosa, em termos simples, é o percentual de luz que atravessa o conjunto vidro + película. A lei exige que os vidros do para-brisa e os laterais dianteiros tenham uma transparência mínima de 70%, independentemente da cor da película, enquanto para os vidros laterais traseiros e o vidro traseiro, não há mais uma exigência de transparência mínima. Além disso, películas refletivas ou opacas são proibidas em qualquer vidro do veículo, e a chancela de transparência deve estar visível na película instalada. O objetivo dessas regras é garantir a segurança no tr trânsito, assegurando a visibilidade do motorista e permitindo a identificação dos ocupantes do veículo por agentes de fiscalização. O Que é Insulfilm e Qual a Sua Função? O termo \”Insulfilm\” tornou-se genérico no Brasil para se referir a películas automotivas, mas é, na verdade, uma marca de película de controle solar. Em sua essência, o insulfilm é uma fina camada de poliéster, composta por múltiplas camadas, que é aplicada à superfície interna dos vidros de veículos. Sua principal função é modificar as propriedades ópticas e térmicas do vidro original, oferecendo uma série de benefícios. A composição de uma película automotiva típica inclui: Camada de Adesivo: Garante a aderência firme da película ao vidro. É formulada para ser durável e, em caso de remoção, deixar o mínimo de resíduo. Camadas de Poliéster: São as camadas base do filme. Podem ser tratadas com pigmentos para coloração (resultando nas diferentes tonalidades de escurecimento), absorvedores de raios ultravioleta (UV), e até mesmo com micropartículas metálicas ou cerâmicas para propriedades de reflexão ou absorção de calor. Revestimento Anti-risco: Uma camada protetora na superfície externa da película, que aumenta sua durabilidade e facilita a limpeza, protegendo contra pequenos arranhões do uso diário. Liner Protetor: Uma película transparente que cobre e protege a camada adesiva antes da instalação, sendo removida no momento da aplicação. As funções primárias do insulfilm vão além do simples escurecimento: Controle Solar e Térmico: Uma das funções mais importantes. As películas são projetadas para rejeitar uma parcela significativa da energia solar (calor) que entra no veículo. Isso resulta em uma redução da temperatura interna, diminuindo a necessidade de usar o ar condicionado e, consequentemente, economizando combustível e energia. Proteção Contra Raios UV: A maioria das películas de qualidade bloqueia mais de 99% dos raios ultravioleta (UVA e UVB). Esses raios são prejudiciais não apenas à saúde dos ocupantes (causando envelhecimento precoce da pele, problemas oculares e aumentando o risco de câncer de pele), mas também são os principais responsáveis pelo desbotamento e degradação do interior do veículo, como estofamentos, painéis e tapetes. Aumento da Privacidade: O escurecimento dos vidros dificulta a visão do exterior para o interior do veículo, proporcionando maior privacidade aos ocupantes e protegendo objetos de valor deixados no banco. Segurança e Anti-Estilhaçamento: Em caso de quebra do vidro (seja por acidente, vandalismo ou tentativa de roubo/furto), a película ajuda a manter os fragmentos de vidro unidos, impedindo que se espalhem e causem ferimentos aos ocupantes. Isso também dificulta a ação de ladrões, pois o vidro, mesmo quebrado, permanece no lugar, ganhando tempo para reação. Redução de Ofuscamento: Diminui o brilho excessivo do sol ou faróis de outros veículos, tornando a condução mais confortável e segura, especialmente em dias muito ensolarados ou à noite. Estética: Muitos motoristas aplicam insulfilm para dar um visual mais esportivo, elegante ou discreto ao veículo. É importante ressaltar que as películas automotivas são categorizadas pela sua transmitância luminosa visível (VLT – Visible Light Transmittance), que é a porcentagem de luz visível que a película permite passar. Quanto menor o número, mais escura é a película (por exemplo, G5 permite 5% de luz, G70 permite 70% de luz). A legislação brasileira foca principalmente nesse percentual para garantir a segurança no trânsito. A Legislação Brasileira: Resolução CONTRAN nº 989/2022 A legislação brasileira sobre películas automotivas é um tema de constante atenção para motoristas e profissionais do setor. A norma que atualmente regulamenta o uso do insulfilm é a Resolução CONTRAN nº 989, de 14 de dezembro de 2022, que revogou a antiga Resolução nº 254/2007 e trouxe importantes atualizações para os limites de transmitância luminosa, ou seja, o percentual de luz que deve atravessar o conjunto vidro + película. O principal objetivo da regulamentação é garantir a segurança no trânsito. Uma visibilidade clara, tanto para o motorista quanto para os agentes de fiscalização que precisam identificar os ocupantes do veículo, é fundamental para prevenir acidentes, facilitar a fiscalização e coibir crimes. Vamos detalhar os pontos cruciais da Resolução 989/2022: Transmitância Luminosa Mínima A resolução estabelece diferentes percentuais de transmitância luminosa visível (VLT) para cada área envidraçada do veículo: Para-brisa e vidros laterais dianteiros (portas da frente): Devem possuir transmitância luminosa mínima de 70%. Isso significa que, somando a transparência do vidro original com a película aplicada, no mínimo 70% da luz visível deve conseguir atravessar. Anteriormente, o para-brisa exigia 75% e os vidros laterais dianteiros 70%. A nova resolução unificou para 70% ambos. Exemplo: Se o vidro original do seu para-brisa tem 90% de transparência, e você aplica uma película G80 (que permite 80% de luz passar), a transmitância final será de 72% (0,90 x 0,80 = 0,72 = 72%), o que estaria dentro do limite de 70%. Se o vidro original já tem 75% e você aplica uma G90 (90%), a transparência final seria 67,5% (0,75 x 0,90 = 0,675 = 67,5%), o que seria irregular. É por isso que películas como G35 (35% de transmitância) ou G20 (20%) são proibidas para o para-brisa e vidros laterais dianteiros, pois resultariam em uma transmitância final muito abaixo dos 70%. O G70
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